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sexta-feira, 2 de março de 2012

NOVIDADE NA SALA DE AULA


27/02/2012 -
EducaçãoNovidades na sala de aula


Manoela Alcântara
Gustavo Moreno 

Júlia (E) e Igor (D) estão empolgados com as lições de língua chinesa. A escola em que estudam realizou uma pesquisa para projetar as tendências de negócios do Brasil em 2021

Mandarim, circo, ética, ciência política, gastronomia: essas são algumas das disciplinas oferecidas por escolas do DF a alunos do ensino fundamental com o objetivo de atender demandas futuras do mercado de trabalho e formar cidadãos críticos

Desde o ano passado, quem manda nas contas da família Bem querer não é o pai nem a mãe. A saúde orçamentária da casa fica por conta de Fernanda Luísa, 13 anos, aluna do 8º ano do Galois. Na escola, durante as aulas de educação financeira, a menina aprendeu a fazer planilhas de gastos e investimentos e a economizar. No colégio Seriös, ainda no 5º ano, Julia Nespoli Dalry, 9, aprende a falar o nome em mandarim e explica que a cultura da China é diferente da realidade brasileira. As duas fazem parte de uma nova geração de estudantes das redes pública e particular que têm aulas de conteúdos cada vez mais diversificados. Com matérias como gastronomia, circo, teatro, ética, política e outras, os educadores pretendem formar adultos mais preparados.

Ampliar o currículo convencional de português, matemática, história e ciências naturais no ensino fundamental é uma nova prática para a formação de crianças críticas com idades entre 6 a 14 anos. A ideia agora é pesquisar as demandas da sociedade atual e investir em uma formação que prepare os pequenos para enfrentar as demandas do mercado de trabalho, que os capacite a votar, a tomar conta das finanças ou a ter uma alimentação saudável. Além de inglês e espanhol, o Seriös é a primeira escola no DF a oferecer o mandarim, língua chinesa que, segundo a instituição de ensino, será essencial para o mercado de trabalho em 2021.

Em séries diferentes, Fernanda Luísa Bem querer, 13 anos, a irmã Julia Beatriz, 10, e Maria Luíza Marinho de Sá, 11, contam empolgadas as experiências que têm em sala de aula para aprender a lidar com as finanças. “Já tenho conta no banco e acho importante saber manipular o dinheiro. No ano passado, vendi cookies e consegui arrecadar R$ 200. Guardei a maior e parte na poupança e usei um pouco para ir ao cinema”, conta Maria Luíza. Já Fernanda e a irmã entendem de cobrança de impostos, ajudam os pais a gastar menos e conseguem economizar até nas viagens. “Fiz um controle lá em casa.Mostrei para
os meus pais a planilha de gastos para aumentar o controle das contas. Eles gostaram muito”, explica amais velha.

A matéria passou a integrar a grade curricular do Galois há dois anos e já faz sucesso entre os alunos. O professor de matemática Fausto Fernando da Silva explica que a ideia surgiu a partir de uma observação do cotidiano brasileiro. “O poder aquisitivo das pessoas aumentou. Formamos médicos e advogados que ganham muito bem, mas não sabem controlar os gastos. Se mostrarmos desde cedo como controlar as dívidas com consciência, formaremos adultos preparados. Afinal, qual escolha importante da vida não passa por decisão financeira?”, disse o professor.

As aulas mostram ainda como empreender, como funciona o sistema de cobrança de impostos no país e o que fazer para sobrar dinheiro no fim de mês. “Cortei tudo que não era necessário. Agora, não vou ficar pedindo coisas supérfluas para os meus pais”, diz Fernanda. Julia gostou da aula que mostra toda a tecnologia das cédulas brasileiras. Aprendeu ainda que não deve comprar produtos piratas. “Tem os direitos autorais. Precisamos respeitar, porque, do contrário, os impostos não voltam para os artistas”, observa a estudante do 6º ano.

sonobrrasil
Júlia, Fernanda e Maria Luiza adoramas aulas de educação financeira do professor Fausto: economia em casa

Nova proposta

A futura médica Julia Nespoli, 9 anos, sabe que, para exercer a profissão dos sonhos, deve conhecer diversos idiomas. Na primeira semana de aula na escola Seriös, ela já havia pesquisado como será a nova rotina com o aprendizado do mandarim. “Já brinquei com as minhas amigas de descobrir como são os ideogramas. Entrei no Google tradutor e tentei falar o meu nome”, conta. Ela será uma das pioneiras do aprendizado da língua chinesa em Brasília. Igor Serpa Passagli, da mesma série, quer ser geneticista e acha que idiomas como o mandarim o ajudarão na carreira de pesquisador. “Tem que ter inglês e espanhol, mas também estou empolgado om o mandarim”, afirma o menino de 9 anos.

Com uma proposta pedagógica diferenciada, a nova escola fez uma pesquisa de mercado para identificar diferenciais do futuro. “Analisamos diversos fatores do relacionamento comercial da China com o Brasil e percebemos que, em 2021, o mandarim seráumdos idiomas-chave para o ingresso em grandes empresas. Como é uma língua complexa, com mais de 28 mil ideogramas, começaremos a ensiná- la no ensino fundamental”, justifica a diretora pedagógica do Seriös, Andreia Bichara.

Ainda com o ensino oferecido apenas em meio período, a escola também oferece inglês, aulas circenses, teatro, gastronomia e empreendedorismo. No Galois, outra inovação ajuda as crianças a desenvolverem o raciocínio lógico. São as aulas de Mind Lab, onde elas aprendem a traçar estratégias por meio de jogos técnicos. Emuma fazenda, os alunos se familiarizam com a plantação e com o consumo de alimentos orgânicos e aprendem a cozinhar.

Inovação
Pesquisador que se dedica ao campo da genética. É uma disciplina do campo da biologia que busca o entendimento dos genes. O leque de possibilidades dessa profissão é grande. O profissional pode escolher o ramo das plantas, animais, vírus e bactérias. Os interessados nessa área devem ser graduados em biologia, bioquímica, medicina, veterinária, engenharia florestal, química ou agronomia.

» Ciências políticas: criado em 2003, o Política da Escola é um projeto do Instituto de Ciência Política da UnB. Os convênios podem ser feitos de acordo com o interesse de cada instituição.

» Educação financeira: ensina as crianças a lidar com a mesada, a poupar e a investir, além de conscientizar sobre tributos e formar a consciência empreendedora.

» Gastronomia: aprendizado acerca do preparo de alimentos saudáveis. » Meio ambiente: estimula a reciclagem e a consciência ambiental.

» Comunicação e oratória: desenvolve uma das qualidades que mais assustam profissionais já formados, o medo de falar em público.

» Mandarim: ensina a cultura chinesa para as crianças e a língua que pode, segundo a escola Seriös, ser um dos diferenciais no mercado de trabalho em 2021.

» Mind Lab: especialidade desenvolvida no Galois, que estimula, por meio de jogos, o raciocínio lógico e capacidade de agir das crianças.

» Música: estimula a memória e eleva a capacidade verbal e as habilidades auditivas.

» Sarau: contato direto com a poesia.

» Filosofia: projeto-piloto foi iniciado em três escolas da rede pública do DF e deve se expandir para outras instituições.

» Sala de Circo: disciplina oferecida pelo Seriös, estimula o equilíbrio, a força, a flexibilidade e a agilidade.

Prós e contas

Na iniciativa pública, não é diferente. Por meio de parcerias com a Universidade de Brasília (UnB), estudantes do ensino fundamental têm palestras de ciências políticas,uma maneira de desenvolver opinião crítica na hora de escolher os futuros governantes. O processo vem acompanhado da filosofia, hoje, disciplina obrigatória somente para o ensino médio.“ Em Sobradinho,na Escola Classe da 304 Norte e no Centro de Ensino Fundamental do Paranoá já começamos o projeto-piloto. A filosofia estimula os alunos a pensar, a questionar”, explica a coordenadora de Ensino Fundamental da Secretaria de Educação doDF, Kátia Franca.

Ela espera que a educação financeira chegue ao ensino fundamental em março. A modalidade já existe no ensino médio e o material didático para o fundamental está pronto. A secretaria aguarda uma resposta do Ministério da Educação para iniciar o projeto

Fora da grade curricular, há ainda instituições como a FasTracKids, que abrem um leque de oportunidades de preparo para o futuro como ensino complementar, em turno contrário ao das aulas convencionais. “Aplicamos uma metodologia para estimular o cérebro.Crianças de 2 a 8 anos trabalham habilidades como a concentração, a comunicação, a criatividade, o pensamento crítico e outros”, enumera a proprietária e diretora da FasTracKids, Vanessa Lacombe

Diversificar o currículo é bom, segundo o diretor do programa de mestradoe doutorado em educação da Universidade Católica de Brasília (UCB) e doutor em psicologia educacional, Afonso Galvão. “Acho, por exemplo, educação financeira muito mais importante do que física e química para quem não vai utilizar isso na vida profissional”, ressalta.

Porém, ele faz um alerta: é importante verificar como as escolas abordam esses novos conteúdos. A ressalva é para a seletividade necessária no ensino. “Estudos comprovam que conteúdos assimilados até os 8 anos começam a fazer parte de um raciocínio comum do indivíduo. Crianças que aprendem um segundo idioma ainda no ensino fundamental, por exemplo, têm muito mais chances de serem bilíngues no futuro”, detalha. Embora não reprove completamente, o especialista tem restrições ao ensino do mandarim. “Se a pessoa se dedica a aprenderumidioma, deixa de aprender outro. Reconheço as relações econômicas com a China, mas acredito que o inglês ou o espanhol são mais importantes.”

O presidente da Associação de Pais e Alunos das Instituições de Ensino do DF (Aspa-DF) e coordenador da ConfederaçãoNacional das Associações de Pais e Alunos (Confenapa), Luis Claudio Megiorin, é mais radical. Ele acredita que o excesso de conteúdo pode dificultar o aprendizado de matérias básicas. “Sou a favor do ensino em tempo integral. Acho complicado ter tantas matérias para uma criança aprender em um espaço de tempo tão curto”, analisa.

Reconheço as relações econômicas com a China, mas acredito que o inglês ou o espanhol são mais importantes”

Afonso Galvão, diretor do programa de mestrado e doutorado em educação da Universidade Católica de Brasília 

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